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Dia da Abolição da Escravatura | Depois de 13 de maio de 1888

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Escrito por: Horiens - 12/05/2023

Na Horiens, temos a pluralidade de olhares como um princípio norteador e, por isso, incentivamos continuamente a reflexão a respeito de pautas que contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e equânime. E não há como falar de diversidade sem olhar para as questões étnicas e culturais, certo?

O Brasil é considerado atualmente um dos países com maior diversidade étnica do mundo, mas foi o último país do continente americano a abolir a escravatura, que ocorreu apenas no dia 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II.

 

Indígenas e negros
Os povos indígenas foram os primeiros a serem escravizados no território brasileiro, por ser a única mão-de-obra disponível no momento inicial da colonização portuguesa. Entretanto, logo o foco passou a ser escravos trazidos da África, prática que se estendeu por todo o período colonial e, ainda, por seis décadas após a independência do Brasil (1822). Ao todo, foram mais de 300 anos de escravidão, uma tragédia humanitária que impactou cerca de 5 milhões de pessoas no país.

Durante o período de escravidão, a formação de quilombos, também conhecidos como mocambos, foi uma importante forma de resistência e luta abolicionista, sendo o Quilombo dos Palmares, no estado de Alagoas, o de maior notoriedade histórica. Seu último líder, Zumbi, foi morto em 20 de novembro de 1695, e hoje é considerado um dos grandes símbolos da luta contra a escravidão no Brasil.

O pós-abolição
Se por um lado o 13 de maio de 1888 foi um dia de celebração, por outro é preciso destacar que por muito tempo não houve qualquer esforço notável para incorporar a população negra em seu lugar de cidadãos, assegurando oportunidades qualificadas para que pudessem, de fato, reconstruir suas vidas de maneira digna.

O chamado racismo estrutural nasce deste cenário, misturado à formação da sociedade brasileira e como resultado de toda uma história de negligências, forte segregação étnica, além de falta de políticas públicas e de um verdadeiro abismo de oportunidades pós-abolição.

“A questão étnica é uma agenda em que temos buscado nos aprofundar constantemente, seja olhando para nossas práticas internas e promovendo ações afirmativas, seja propondo reflexões que ampliem nossa visão a respeito da diversidade”, destaca Fernanda Antonelli, diretora responsável por Pessoas, Comunicação e Marketing na Horiens.

“É preciso falar do assunto para criar consciência de que o impacto da escravidão no Brasil é um tema que diz respeito a todos e não somente à população negra”, completa Elizabete Silva de Souza, integrante do Comitê de Diversidade e Inclusão da Horiens.

Escravidão moderna?
Infelizmente situações análogas à escravidão ainda ocorrem em diversos locais do mundo e de diversas maneiras, geralmente por meio da servidão baseada na descendência, trabalho forçado, trabalho infantil, servidão doméstica, casamento forçado, servidão por dívida, tráfico de pessoas para fins de exploração e pelo recrutamento de crianças em conflitos armados. Dados da ONU mostram que 40,3 milhões de pessoas vivem em escravidão moderna. No Brasil, nos últimos 25 anos foram resgatadas mais de 55 mil pessoas que viviam nestas condições.  


Curiosidade: 
Você conhece a origem da expressão “para inglês ver”?

A expressão vem de uma época em que a Inglaterra era a maior potência mundial e o Brasil, um dos dependentes desse poder. Em 1831, cedendo à pressão inglesa, o país promulgou uma lei que proibia o tráfico de escravos. Como o contrabando continuava e era realizado por pessoas influentes, acostumou-se a dizer que a lei havia sido feita só para agradar os ingleses.

 

Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/historia-de-onde-veio-expressao-para-ingles-ver.phtml

 

Para se aprofundar no assunto

Confira algumas dicas para conhecer mais sobre a escravidão no Brasil e no mundo e o contexto do racismo:

Livros

  • Pequeno Manual Antirracista, de Djamila Ribeiro
  • Escravidão – Vol. 1, de Laurentino Gomes
  • Racismo Estrutural, de Silvio Almeida

Filmes

  • Harriet – O Caminho para Liberdade
  • Besouro, de João Daniel Tikhomiroff
  • Quilombo, de Cacá Diegues
  • Doutor Gama, de Jeferson De

Documentários

  • A última Abolição, de Alice Gomes
  • Brasil: DNA África, de Mônica Monteiro
  • Escravidão: Uma História de Injustiça, National Geographic
  • Escravidão no Brasil (Fonte: Rádio e TV justiça)

Podcast

  • RER: Reconhecer e Reparar (Canal futura): podcast com 8 episódios abordando a questão da escravidão moderna.

Mostra Cultural

  • “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro”: a exposição promovida pelo SESC reúne trabalhos de 240 artistas brasileiros pretos e pretas, produzidos entre o fim do século XVIII até o século XXI. A exposição terá início em julho de 2023, tendo como ponto de partida o SESC Belenzinho, em São Paulo. Para saber mais: https://www.sesc.com.br/atuacoes/cultura/artes-visuais/dos-brasis/

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