A mulher no mundo corporativo: onde as empresas podem e precisam fazer a diferença
Escrito por: Fernanda Antonelli - 06/03/2020
O ano de 2020 é o primeiro de uma década. Anima e dá medo, motiva e sacode. Me faz pensar no que queremos deixar de legado e no que estamos fazendo para evoluir e melhorar a vida da nossa e das próximas gerações. Sou mulher, 38 anos, profissional de RH de uma grande empresa há muitos anos. Sinto todo o impacto positivo que posso gerar. Para mim esse é tom de 2020.
Neste mês de março, em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, o mundo intensifica o olhar para a situação das mulheres e há um consenso de que muita coisa já avançou, mas que, principalmente, o sinal de alerta deve permanecer ligado, já que ainda há muito, mas muito mesmo, a ser feito.
Para termos uma ideia, na América Latina, o acesso das mulheres a universidades é um dos aspectos que mais evoluíram – enquanto na década de 70 éramos cerca de 37% nas universidades, hoje somos mais de 55%. Os dados são da Unesco e mostram que atualmente há mais mulheres do que homens nas salas de aulas da graduação, uma excelente notícia.
No entanto, por outro lado, os dados de mulheres em cargos de liderança nas empresas permanecem quase estagnados. Em 2016, apenas 7,3% de mulheres ocupavam assentos nos conselhos diretores das 100 maiores empresas da América Latina. O percentual aumentou insuficientes 2,2% nos últimos 11 anos e a região está na frente apenas do Oriente Médio. Estes indicadores do Corporate Women Directors International (CWDI), centro de estudos ligado ao instituto americano GlobeWomen, deixam claro que precisamos de mais foco e mobilização.
Recentemente criamos um grupo de trabalho dedicado às mulheres na Horiens, consultoria de riscos e seguros em que sou líder da área de Pessoas, Comunicação e Marketing. Trata-se de um grupo ligado ao nosso também recém-formado Comitê de Diversidade e Inclusão, que pretende, por meio do diálogo, discorrer, sensibilizar e aprofundar conhecimento sobre pautas relevantes para as pessoas e as empresas.
Nesse sentido, o grupo busca ser um espaço de fala e escuta das nossas integrantes, de onde tenho certeza de que sairão muitas ideias a serem transformadas em práticas voltadas à nossa evolução enquanto profissionais e empresa. E temos como objetivo trazer também os nossos integrantes homens para o debate, estimulando um ambiente de engajamento e aprendizado.
Se é tudo o que podemos fazer? Certamente não – e tudo o que já fizemos no passado também não é suficiente. Mas é um passo importante, é sair do automático, provocar novos olhares, abrir caminhos.
Estou certa de que isso se reflete positivamente no bem-estar de todos e até em resultados positivos para a nossa empresa. Acho incrível como podemos fazer a diferença de uma forma mais simples do que imaginamos.