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A coragem de ser vulnerável: 5 lições que aprendi como mentora de carreira

Fernanda Antonelli

Escrito por: Fernanda Antonelli - 04/12/2025

Neste ano, tive o prazer de participar, pela primeira vez, como mentora em um Programa de Mentoria Executiva para Mulheres. Que experiência enriquecedora! O programa, promovido pela Sou Segura – Associação das Mulheres do Mercado de Seguros, foi, para mim, uma oportunidade de organizar e reforçar muitos dos aprendizados que já vivencio no dia a dia corporativo.

Segundo o Global Mentoring Group, mentoria é “o processo de apoiar uma pessoa na identificação e criação de estados desejados, desenvolvendo e acessando seus recursos internos para obter resultados de forma acelerada.”

Desde o início desta jornada com minha mentorada, tenho refletido sobre o que realmente torna esse processo tão transformador para nós duas e como isso influencia positivamente também as trajetórias que temos construído nas organizações das quais fazemos parte.

A seguir, compartilho cinco lições que estou levando deste ciclo que se encerra neste final de ano e que acredito poderem inspirar outras trajetórias.

  1. Vulnerabilidade é força

Em processos de mentoria, é comum que as primeiras conversas girem em torno de metas e resultados. Tudo isso é importante, mas, no fundo, a verdadeira conexão acontece quando há espaço para a vulnerabilidade.

Quando mentora e mentorada podem compartilhar dúvidas, inseguranças e aprendizados sem receio de julgamento, a relação se humaniza e a confiança floresce. A partir daí, as conversas se tornam mais autênticas, as perguntas mais profundas e as trocas mais significativas.

Tenho certeza de que este processo é enriquecedor para qualquer profissional e ainda mais no contexto da liderança feminina, em que temos ainda muitos desafios pela frente, apesar da evolução dos últimos anos.

  1. Clareza de objetivos evita frustrações

Acredito que um dos pontos mais importantes em qualquer processo de mentoria é estabelecer clareza sobre os objetivos que queremos alcançar. Por isso, é essencial incentivar uma reflexão estruturada desde o início, ajudando cada participante a compreender:

  • Qual é o seu plano de vida e carreira?
  • Onde deseja chegar profissionalmente?
  • Quais competências ou comportamentos precisa desenvolver?
  • Como esses objetivos se conectam à estratégia e aos desafios da organização?

Quando existe clareza, a jornada se torna significativa, mensurável e alinhada. A mentoria deixa de ser apenas uma troca de experiências e passa a gerar impacto real, tanto no crescimento individual quanto na cultura empresarial.

  1. Escutar é mais poderoso do que responder

Como mentora, achei natural querer compartilhar minha própria experiência e oferecer caminhos. No entanto, a verdadeira força da mentoria está menos nas respostas prontas e mais na escuta ativa e genuína. Isso ficou muito claro para mim ao longo do processo.

Dessa forma, criar um espaço de reflexão, em que a mentorada possa se ouvir, questionar e elaborar suas próprias respostas, é o que realmente promove o aprendizado profundo.
A mentoria não é sobre apontar soluções, mas sobre construir um ambiente de confiança, onde cada mulher se reconhece como agente de seu próprio destino, ou seja, como protagonista da própria trajetória.

A mentora deixa de ser quem “dá o caminho” e passa a ser quem ajuda a fazer as perguntas certas, permitindo que cada mulher descubra, por si mesma, a direção que faz mais sentido em sua trajetória.

  1. Carreira com intenção e propósito de vida

Em muitos segmentos – inclusive no setor de seguros – as trajetórias profissionais costumam seguir caminhos já estabelecidos, com etapas e expectativas bem definidas. No entanto, cada carreira pode (e deve) ser construída de forma intencional, conectada ao que realmente faz sentido para quem a trilha.

Assim, participar de uma mentoria também é um convite à reflexão sobre perguntas essenciais:

  • O que desejo aprimorar em mim ao longo desta jornada?
  • Que legado quero deixar na organização e nas pessoas ao meu redor?
  • Como minha atuação se conecta aos meus valores e motivações?

Quando a carreira é conduzida com clareza e propósito, ela ganha resiliência e significado.

  1. Encerrando um ciclo, abrindo caminhos

Concluindo este ciclo de mentoria, olho para trás e reconheço as conexões criadas, os aprendizados compartilhados e as transformações, muitas vezes silenciosas, que ocorrem ao longo do processo.

Mais do que resultados tangíveis, esta trajetória percorrida em dupla deixa como marcas a importância da confiança, da clareza, da coragem e do propósito. Esses elementos fortalecem não apenas o desenvolvimento individual, mas também a própria empresa e a sua cultura, criando ambientes mais empáticos e colaborativos.

Penso que percorrer o caminho dessa maneira, com intenção, abrindo espaço para o novo, é o que faz a carreira evoluir. Como diz Brené Brown, em seu livro A Coragem de Ser Imperfeito (que indico a todos): “coragem não é vencer ou perder, é se mostrar com o coração aberto, mesmo sem garantir o resultado.”

Como esses temas têm aparecido na sua experiência? Adoraria conhecer diferentes perspectivas sobre desenvolvimento de carreira.

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