Gestão da saúde pelas empresas: vale a pena investir em programas voltados a patologias crônicas?

Sabemos que o equilíbrio entre custo e valor do plano de saúde corporativo é hoje uma das pautas prioritárias no meio empresarial, já que este é um tema com peso significativo na conta corporativa e, ao mesmo tempo, um dos benefícios mais valorizados pelos colaboradores.

Por isso, entender a efetividade de iniciativas cujo intuito é agregar eficiência à gestão empresarial da saúde, como os programas de promoção da saúde e prevenção, é essencial para a tomada de decisões estratégicas nessa área.

Embora esses programas sejam amplamente contratados pelas empresas e implementados pelas operadoras de saúde, é comum que tomadores de decisão tenham dúvidas em relação à sua efetividade, sobretudo pelo custo per capita agregado ao contrato da apólice de seguro.

Foi com base nesse contexto que nosso time na Horiens, por meio do Risk Labs, laboratório de análise de riscos com base em inteligência artificial (IA) , conduziu um estudo preditivo para medir o impacto real de um Programa de Patologias Crônicas, um dos temas mais relevantes para uma boa gestão da saúde.

O que é o Programa de Patologias Crônicas?

Para começar, é fundamental falarmos dos objetivos de um Programa de Patologias Crônicas. Não é segredo algum que doenças cardiovasculares, respiratórias e diabetes, por exemplo, são predominantes entre as condições de saúde que afetam a população brasileira.

Para termos uma ideia do impacto destas condições em apólices de seguro saúde, segundo dados da ANS e estudos do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), cerca de 1% dos beneficiários concentram até 20% dos custos dos planos, sendo a maioria deles pacientes considerados crônicos, ou seja, acometidos pelos tipos de doenças citadas acima.

Isso ocorre porque tais condições exigem acompanhamento médico contínuo e, quando não bem geridas, acabam resultando em internações e tratamentos de alto custo, com efeitos na sinistralidade e no (des)equilíbrio das apólices coletivas de planos de saúde.

Neste cenário, iniciativas de promoção da saúde e prevenção, direcionadas ao cuidado integrado para com o beneficiário, são alternativas cada vez mais buscadas pelas empresas.

Com estes programas, o objetivo é acompanhar de perto a saúde dos beneficiários, trazendo orientações e conscientização que impulsionam mudanças de hábitos, aprimoram o controle do estado de saúde e, consequentemente, melhoram a eficiência na utilização dos recursos oferecidos pelo plano de saúde assim como o equilíbrio das apólices.

Estudo de caso: usando a IA para visualizar evidências de efetividade

Para capturar a efetividade do Programa de Patologias Crônicas de uma indústria de grande porte, a Horiens analisou dados relacionados ao seu grupo de segurados.

A base do estudo considerou dados de mais de 2.100 pessoas, entre participantes e não participantes do programa, no período de janeiro de 2017 a julho de 2024.

Utilizando ferramentas como machine learning e simulações probabilísticas, métodos avançados e confiáveis utilizados em estudos que correlacionam riscos e saúde, analisamos comparativamente a variação do custo médio mensal per capita com sinistros médicos.

Na prática, este tipo de modelagem permite correlacionar dados históricos com um cenário futuro com diversas variáveis interdependentes, tornando mais palpável a análise de riscos complexos.

A seguir, os principais achados do estudo:

• Mulheres participantes apresentaram redução significativa no custo médio mensal de utilização.
• Segurados com menos de 60 anos, independentemente do gênero, também apresentaram resultados positivos e estatisticamente significativos.
• Já os homens com mais de 60 anos, embora tenham aumentado a frequência de uso ambulatorial, não apresentaram melhora proporcional na severidade das internações, o que abre oportunidades para aprimoramento da estratégia de engajamento para este grupo.

Gestão da saúde baseada em dados: caminho para melhores decisões

Estas constatações nos mostram que este tipo de programa é um investimento que gera retorno, reduzindo custos médicos, evitando agravamentos, promovendo melhor controle das doenças e, ainda, mais qualidade de vida.

Ao usar ferramentas avançadas de IA na análise de dados em estudos como este, temos conseguido trazer para a mesa de decisões das empresas informações que eram até então “abstratas”.

Com isso, apoiamos nossos clientes no desenho de estratégias personalizadas que colaboram para a construção de uma gestão de saúde corporativa mais eficiente, transparente e adaptada às diferentes realidades.

Sua empresa investe em programas de promoção da saúde e prevenção? O que você sabe sobre a efetividade deles? Vamos conversar a respeito?