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Do campo à energia: como o etanol de milho vem ampliando sua presença no mercado brasileiro

Nathalia de Oliveira

Escrito por: Nathalia de Oliveira - 29/10/2025

Durante muito tempo, o etanol de milho foi visto como uma experiência dentro da matriz energética brasileira. Nem todos acreditavam no seu potencial para ganhar força dentro do setor no país. Em menos de uma década, o cenário mudou de forma significativa.

O Brasil assistiu a uma virada histórica que combinou visão de longo prazo, investimentos, políticas públicas voltadas para iniciativas sustentáveis e ganhos de produtividade, que fortaleceram a produção do etanol de milho. O resultado foi a consolidação do milho como opção estratégica de energia e desenvolvimento.

Esse movimento acontece em paralelo aos recordes do agronegócio brasileiro. Para se ter uma ideia, as projeções para a safra 2025/26 indicam volumes inéditos de produção de soja, milho, algodão e sorgo. Isso não é fruto apenas da expansão de área cultivada, mas do avanço da produtividade, que segue sendo o motor principal da agricultura nacional.

Outro ponto é o aproveitamento de áreas de pastagens degradadas. Elas estão abrindo o caminho para ampliar a produção sem afetar os compromissos ambientais. Isso faz com que o Brasil continue crescendo com eficiência e responsabilidade socioambiental.

Neste contexto, o milho ganha destaque e se consolida como insumo estratégico para a geração de energia renovável. A produção de etanol a partir do grão deve alcançar a marca de 10 bilhões de litros na safra 2025/26, um número 20% maior do que o da safra anterior.

Diante disso, o Brasil já figura como o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos. É um movimento que reflete um setor de diversos benefícios para toda a cadeia produtiva, gerando empregos, movimentando novas indústrias e atraindo investimentos em várias regiões.

A produção de DDGS (Grãos Secos de Destilaria com Solúveis), coproduto do etanol, substitui parte do farelo de soja na ração animal, fortalecendo a cadeia da proteína e reduzindo custos para produtores. Grandes usinas também já incorporam a extração de óleo e a geração de bioeletricidade, mostrando que o milho se converte em múltiplas soluções de valor agregado.

 

Desafios

No entanto, o crescimento em ritmo acelerado também tem os seus desafios. A infraestrutura de armazenagem ainda é um gargalo estrutural no Brasil, e a logística, que depende de rodovias, ferrovias e portos, exige investimentos constantes para atender ao volume crescente de grãos e de biocombustíveis.

Quando somamos essas adversidades à competição pelo milho entre diferentes destinos (exportação, ração e energia), vemos a pressão do mercado aumentar e elevar os níveis de complexidade da operação. Nesse cenário, a gestão de riscos assume papel decisivo.

Em um setor que movimenta bilhões em investimentos, a proteção precisa caminhar no mesmo ritmo. Por isso, os seguros agrícolas e paramétricos são fundamentais para resguardar as plantações de milho de eventos climáticos extremos, garantindo segurança para produtores e viabilizando até acesso a crédito rural. Um exemplo de como a inovação e o conhecimento podem atuar em prol da sua empresa neste setor é o Agrymetric, o seguro paramétrico agroclimático customizável para a realidade de cada produtor. A tecnologia foi criada em parceria com a Agrymet, que fortalece o desenvolvimento de soluções que unem inteligência agroclimática, tecnologia e gestão de riscos. Com base em dados técnicos e modelagens personalizadas, a unidade agrícola pode contar com uma proteção alinhada à sua realidade e que contempla os riscos do dia a dia no campo.

As usinas, que recebem aportes significativos em fases de construção e operação, precisam estar preparadas. Além das apólices que garantem as coberturas contra as oscilações climáticas ou as que cobrem riscos industriais, incêndios, falhas em equipamentos e interrupções, existe o Seguro Garantia, que dá o respaldo para o setor sucroalcooleiro e propicia melhor performance produtiva, comercial e financeira.

Tornando-se cada vez mais multimodal, a parte logística também precisa de seguros específicos para mitigar perdas em caso de acidentes, roubos ou avarias durante o transporte de etanol, grãos e coprodutos.

Até mesmo a volatilidade de preços e de receitas pode ser protegida com soluções financeiras, seja destravando liquidez, seja com um seguro de crédito para mitigar o risco de não pagamento de vendas de etanol feitas a prazo.

Ao unir expansão produtiva, inovação tecnológica e proteção contra riscos, o Brasil constrói as bases para um futuro em que o milho deixa de ser apenas alimento para se consolidar como vetor de energia e desenvolvimento. Casos como esse evidenciam a importância do mercado de gestão de riscos e seguros para alcançar os resultados esperados.

A força que o etanol de milho tem demonstrado está presente nas estatísticas e prova que sustentabilidade e competitividade podem andar lado a lado quando há visão estratégica. O desafio é garantir que esse avanço seja contínuo, combinando produtividade, investimentos e gestão de riscos.

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